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EUA e Ucrânia firmam pacto que desafia a China: guerra por terras raras começa

Washington, 30 de abril de 2025 — Em um movimento estratégico com forte impacto geopolítico e econômico, os Estados Unidos e a Ucrânia assinaram nesta semana um acordo histórico para a cooperação na extração e fornecimento de terras raras, elementos essenciais para a indústria tecnológica e de defesa.

O tratado, firmado em Washington, ocorre em meio à crescente tensão entre o Ocidente e a China — atualmente o maior produtor mundial desses materiais — e à guerra em curso na Ucrânia, que tem buscado fortalecer laços com aliados ocidentais para reconstruir sua economia e infraestrutura.

O que são terras raras?

As terras raras são um grupo de 17 elementos químicos utilizados em equipamentos de alta tecnologia, como baterias, smartphones, turbinas eólicas, veículos elétricos e sistemas militares. Embora não sejam necessariamente escassos, sua extração é complexa, ambientalmente sensível e geopoliticamente concentrada.

Por que a Ucrânia é estratégica?

Estudos recentes apontam que o subsolo ucraniano possui grandes reservas inexploradas de terras raras, especialmente nas regiões central e oriental do país. Com o acordo, os EUA garantem acesso a fontes alternativas de suprimento fora da influência chinesa, enquanto a Ucrânia obtém investimentos bilionários em infraestrutura de mineração, tecnologia e segurança ambiental.

“Este é um marco para a segurança econômica e energética do Ocidente. Estamos reduzindo nossa dependência de cadeias de suprimento vulneráveis”, declarou a secretária de Comércio dos EUA durante a assinatura.

Impactos geopolíticos

O acordo pode reconfigurar o mapa global da mineração estratégica, intensificando a disputa entre Washington e Pequim por influência sobre recursos críticos. A China controla atualmente mais de 60% da produção mundial de terras raras e já impôs restrições à exportação desses materiais como forma de retaliação diplomática.

Analistas apontam que a parceria EUA-Ucrânia reforça o papel da Ucrânia como aliada-chave da OTAN, além de representar um passo importante na reconstrução econômica do país.

Próximos passos

Com a assinatura do acordo, o próximo passo será a criação de um consórcio bilateral para o desenvolvimento de minas, processamento de minerais e formação de mão de obra técnica. Espera-se que os primeiros projetos comecem ainda em 2025, com apoio de empresas americanas do setor de energia limpa e tecnologia.

Além disso, questões ambientais e sociais serão observadas de perto por ONGs e organismos internacionais, já que a exploração de terras raras exige cuidados rigorosos com resíduos tóxicos e uso de água.


E o Brasil?
Especialistas apontam que países como o Brasil, que também possuem reservas expressivas de terras raras, devem acompanhar de perto o movimento e investir em cadeias produtivas estratégicas para não perder relevância global nesse novo cenário.

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